terça-feira, 6 de outubro de 2015

Coluna Paulo Guedes: Histórico da Ética

Aqui estão algumas linhas de reflexão sobre ética e seu desenvolvimento histórico. Não se deve buscar aqui, entretanto, uma reflexão conclusiva. O que apresentamos são apenas algumas observações que podem e devem ser levadas em conta ao se discutir a evolução das diferentes concepções da ética e dos comportamentos morais, ao longo dos séculos.
Podemos afirmar, a partir dos textos de Platão e Aristóteles que, no ocidente, a ética ou filosofia moral inicia-se com Sócrates. Para ele, a Ética iria bem além do senso comum da sua época.
Aristóteles vincula a sua ética à política, na certeza de que na monarquia e na aristocracia se encontraria a alta virtude, já que se configura um privilégio de poucos indivíduos. (11)
Aristóteles diz que, na prática, ética é o que fazemos, visando a uma finalidade boa ou virtuosa. (11)
Pode-se resumir a ética dos antigos, ou ética essencialista, em três aspectos: 1- o agir em conformidade com a razão; 2 – o agir em conformidade com a natureza e com o caráter natural de cada indivíduo; 3 – a união permanente entre ideia (a conduta do indivíduo) e o político (valores da sociedade). A ética era uma maneira de educar o sujeito moral (seu caráter) no intuito de propiciar a harmonia entre o mesmo e os valores coletivos, sendo ambos virtuosos.
A ética, com o advento do Cristianismo, através de Tomás de Aquino e Agostinho, adere à ideia que entende a virtude surgindo a partir da relação do homem com Deus, e não com os semelhantes ou com o lugar em que vivia. As duas principais virtudes são a fé e a caridade.
Surge o conceito do livre-arbítrio, tendo o homem como primeiro impulso a escolha do mal. Por ser fraco e pecador, balança entre a escolha do bem e do mal, estabelecendo-se que a melhor conduta encontra-se nas leis de Deus.
A partir do século IV, ocasião em que Constantino (Imperador Romano) universaliza o cristianismo como religião oficial do império romano, os valores passam a ser de respeito mútuo. Nasce aquilo que se popularizou, principalmente durante a Idade Média, como sendo um casamento entre a Igreja e o Estado. Principalmente nesse período medieval é que ocorre o maior distanciamento entre aqueles que são as "cabeças" da Igreja e as pessoas do povo. Podemos dizer que,  por mais de mil anos o centro da ética cristã foi aquilo que se chamou de práticas de caridade. Essa prática se origina das Escrituras e da Tradição Apostólica, não esquecendo que foi na Tradição que se fundamentaram os dogmas que norteiam as posturas cristãs.
A finalidade disso é convencer o ser humano a comportar-se de acordo com valores específicos, que se universalizam. É o que se pode depreender da leitura da página da Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde afirma que a ética cristã, "é o conjunto de valores morais baseados nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular sua conduta nesse mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo".

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